Saiba como fazer o controle sanitário do rebanho de corte de forma eficiente e por que isso te ajuda a ter animais mais produtivos, lucrativos e livres de doenças.

O Brasil é o quinto maior país em extensão territorial e possui um rebanho bovino constituído por aproximadamente 220 milhões de cabeças. Isso possibilita atender as demandas nacionais e internacionais do mercado da carne, oferecendo produtos para todos os tipos de consumidor, desde carnes nobres até peças com menor valor.
Para que a pecuária seja produtiva e lucrativa é necessário que os animais estejam saudáveis e livres de doenças, e que o produtor adote práticas de manejo que possibilitem o crescimento e a reprodução dos animais, combinando nutrição, melhoramento genético e sanidade.

Por que ter um programa de controle sanitário?

O controle sanitário se faz necessário não somente para garantir a saúde e o bem-estar dos animais, mas também está relacionado com a saúde pública, para garantir o controle de qualidade e oferecer aos consumidores um alimento seguro.
Além de estar diretamente ligado à melhoria da produtividade, o controle sanitário possibilita identificar os riscos que cada propriedade está exposta e assim tomar as medidas necessárias para assegurar a saúde dos animais através do controle e erradicação de doenças.
O controle sanitário envolve a utilização de vacinas e manejo de endo e ectoparasitas que causam doenças relacionadas com perdas produtivas e reprodutivas.

Principais vacinas utilizadas em bovinos de corte

Dentre as várias vacinas disponíveis, as mais utilizadas no controle sanitário de bovinos de corte são:

  1. Brucelose: uma das principais doenças reprodutivas que afeta os bovinos, sendo a zoonose bacteriana de maior importância, segundo a ONU. Causa abortos, aumenta o intervalo de partos e reduz a produção de carne. A vacinação é obrigatória em todas as fêmeas com idade de 0 a 8 meses, com a vacina B19. Para vacinar animais adultos que não receberam a dose quando eram mais jovens, a vacina utilizada é a RB51.
  2. Febre aftosa: o vírus da febre aftosa causa lesões ulcerativas na boca e nos membros, podendo levá-lo à morte. A vacinação é obrigatória, exceto em estados considerados livre de febre aftosa sem vacinação, como o Acre, Paraná, Rio Grande do Sul, Rondônia e áreas do Amazonas e Mato Grosso.
  3. Raiva: A vacinação contra raiva se torna obrigatória em regiões que aparecem focos da doença e todo o rebanho deve ser vacinado. Animais jovens devem ser vacinados a partir de 4 meses de idade.
  4. IBR / BVD: tem a finalidade de proteger os bovinos contra infecção pelo vírus da rinotraqueíte infecciosa bovina e pelo vírus da diarreia viral bovina, que podem causar nos animais infertilidade, morte embrionária, aborto, rinotraqueíte e até a morte. Dependendo do diagnóstico da propriedade nem todos os animais precisam ser vacinados, somente as matrizes e touros, por isso é importante seguir a recomendação do técnico responsável.
  5. Leptospirose: a vacina protege o bovino contra infecção pelos microrganismos do gênero Leptospira sp, que podem causar nos animais infertilidade, aborto e até a morte. A vacinação deve ser feita de acordo com a orientação do técnico responsável.
  6. Carbúnculo sintomático e botulismo: protege o bovino contra infecção pelos microrganismos do gênero Clostridium sp, que são causadores de enfermidades que podem levar à morte. Dentre as doenças mais comuns causadas por esses microrganismos, podemos citar: carbúnculo sintomático, gangrena gasosa, enterotoxemia, botulismo, morte súbita e tétano. Deve-se observar na bula da vacina, contra quais doenças ela protege, uma vez que existe uma grande variedade de vacinas polivalentes no mercado. Recomenda-se vacinar os animais jovens entre 3 e 4 meses, realizando a dose reforço, seguindo as recomendações do técnico responsável.

Outros manejos do controle sanitário

Não podemos esquecer dos endo e ectoparasitas, como verminoses, carrapatos e moscas.
Estes parasitas também causam muitos prejuízos, reduzem a produtividade, são vetores de doenças, retardam o crescimento e podem levar o animal à morte.
Fazer corretamente a vermifugação e ter um bom controle dos carrapatos e moscas é fundamental para garantir o crescimento e boa produtividade dos animais.

Cuidando da saúde e oferecendo boas condições os animais crescerão saudáveis e isso se refletirá na qualidade da carne e no bolso do produtor.

-Manejo sanitário -Cartilha da bovinocultura de corte. Disponível em https://acrimat.org.br/portal/wp-content/uploads/2016/01/CARTILHA-SOBRE-MANEJO-SAN_LQ.pdf
-Educapoint. Princípios básicos para o controle sanitário em bovinos de corte.

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Autora:

Eduarda - Autora do conteúdo Controle estratégico de carrapatos

Eduarda Pereira Viana

Zootecnista pela Universidade Federal de Viçosa com grande experiência em qualidade do leite, tendo atuado por mais de 9 anos junto aos produtores de variadas regiões do país.

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