Os antibióticos são amplamente utilizados no tratamento da mastite, muitas vezes de forma não controlada, aumentando ainda mais os prejuízos relacionados à doença

 

A mastite, doença bastante conhecida do produtor de leite, é uma inflamação da glândula mamária causada por microrganismos como bactérias, leveduras e algas, sendo as bactérias as responsáveis pelo maior número de casos da doença. Por este motivo, os antibióticos são amplamente utilizados no tratamento da mastite, muitas vezes de forma não controlada, aumentando ainda mais os prejuízos relacionados à doença.

Atualmente tem crescido o número de produtores que utilizam a técnica de cultura microbiológica para identificar o agente causador da mastite. Esta técnica possibilita a identificação do microrganismo e auxilia o produtor nas tomadas de decisão quanto à realização ou não do tratamento com antibióticos e de outros manejos, como linha de ordenha, secagem antecipada e até a seleção de animais para descarte.

As bactérias causadoras de mastite se dividem em dois grupos, as bactérias Gram positivas e as Gram negativas. E com a cultura microbiológica pode-se obter os seguintes resultados:

  • Negativo: não houve crescimento bacteriano ou o agente não é possível de ser identificado por este método, como o caso do Mycoplasma, que necessita de técnicas de cultura específicas para a sua identificação.
  • Positivo: houve crescimento e foi possível a identificação. Neste caso, o produtor é capaz de optar por fazer ou não o tratamento com antibióticos, pois conhecendo o patógeno é possível saber se ele apresenta uma taxa de cura satisfatória, se é melhor fazer o tratamento durante a lactação ou no momento da secagem, se é uma vaca que precisa ser ordenhada por último etc.
  • Contaminação: ocorre o crescimento de mais de 2 tipos de bactérias, indicando que houve falhas na coleta ou no procedimento de inoculação, devendo ser refeita esta análise.
Aplicação de medicamento intramamário em vaca

Além dos antibióticos

Apesar dos antibióticos serem muito utilizados, outros fatores contribuem para o sucesso do controle e cura da mastite, como:

1 – Tipo de patógeno: os patógenos diferem entre si quanto ao grau de virulência, local da infecção dentro da glândula mamária e gravidade dos sintomas. E identificá-los com a ajuda da cultura microbiológica auxilia o produtor na tomada de decisão com relação ao tratamento, pois cerca de 30% dos resultados de cultura são negativos, ou seja, não há patógenos na glândula mamária, e ocorre cura espontânea da mastite clínica em até 3 dias. Portanto, o uso de antibióticos nesses casos é totalmente dispensável, o que gera economia para o produtor, que evitará gastar com o medicamento e com descarte do leite durante o período de carência do antibiótico.

2 – Fatores relacionados à vaca: a idade, estágio de lactação, número de partos e imunidade influenciam diretamente no sucesso do tratamento. Vacas bem nutridas e com boa imunidade são capazes de reconhecer e eliminar a infecção mais rapidamente. E nos animais mais jovens esse mecanismo de defesa imune é ainda mais eficiente do que em animais mais velhos. Vacas recém -paridas geralmente apresentam mastite clínica de origem ambiental, e mastite subclínica de origem contagiosa no final da lactação. Ou seja, é preciso intensificar as medidas de controle durante estes períodos para evitar que novos casos de mastite apareçam.

3 – Ambiente: o ambiente tem papel fundamental no controle dos casos de mastite. Um lugar limpo, seco e que ofereça conforto térmico reduz a queda imunológica causada pelo estresse térmico e a exposição aos agentes ambientais, reduzindo assim novos casos de mastite no rebanho.

 

Por fim, é importante analisar cada caso de mastite clínica, com base no grau de severidade dos sinais clínicos e no tipo de patógeno causador, a fim de tomar a decisão mais acertada com relação ao tratamento, que envolve desembolso financeiro e descarte de leite. E para evitar que esses casos ocorram com frequência, as medidas de controle precisam ser implantadas e monitoradas.

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Autor:

Eduarda - Autora do conteúdo Controle estratégico de carrapatos

Eduarda Viana

Zootecnista, criadora do perfil @dicasdazootecnista no Instagram.

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