Saiba como o BST pode contribuir para aumentar a produção de leite do rebanho e quais são os critérios para a sua correta utilização

 

O BST (somatotropina bovina), conhecido como hormônio do crescimento ou GH, é um hormônio proteico produzido naturalmente pela hipófise e liberado na corrente sanguínea.

Uma de suas funções é promover o crescimento do animal, mas ele também atua no desenvolvimento da glândula mamária e no aumento da persistência da lactação.

A aplicação de BST sintético nas vacas leiteiras promove o aumento da produção de leite, elevando também o consumo de alimentos e o direcionamento dos nutrientes para a glândula mamária.

 

Entendendo a ação do BST

Quando liberado na corrente sanguínea, a ação do BST é mediada pelo fator de crescimento IGF-1, que é produzido pelo fígado. Normalmente, quanto maior o nível de GH no plasma, maior a produção de IGF-1. Contudo, quando as vacas se encontram em restrição alimentar, os níveis de GH ficam elevados, mas os de IGF-1 ficam baixos, pois o GH também está envolvido na mobilização de reservas corporais, que neste caso, é necessária devido às condições do animal.

As ações do BST na glândula mamária são mediadas pelo IGF-1, e por esta razão, animais malnutridos ou com restrição alimentar não apresentarão aumento na produção de leite quando for feita a aplicação exógena do BST. Além disso, poderá ocorrer o aumento da lipólise, estendendo o balanço energético negativo e reduzindo o escore de condição corporal dos animais (MOALLEM et al, 2000).

Na glândula mamária, o BST atua aumentando a captação de nutrientes para a produção de leite, processo conhecido como homeorrese. Além disso, também aumenta o fluxo sanguíneo, a atividade das células secretoras e a síntese de leite.

As aplicações de BST estimulam o aumento do consumo de alimentos para compensar a maior demanda de nutrientes para a produção de leite. Portanto, quanto melhor e mais completa for a dieta, maiores serão os resultados obtidos com o uso de BST exógeno.

Quando utilizar o BST

O BST deve ser aplicado após o pico de lactação, por volta de 60 dias após o parto, quando não há mais mobilizações de reservas corporais por causa do balanço energético negativo. A dosagem, forma e frequência de cada aplicação pode variar de acordo com o fabricante, mas geralmente as aplicações são feitas a cada 14 dias.

Além disso, a escolha dos animais que receberão a dose de BST também é muito importante. A resposta produtiva às aplicações depende de alguns fatores, como: raça dos animais; dias em lactação; número de lactações; época do ano; manejo da propriedade e da dieta fornecida. Como dito anteriormente, animais com restrição alimentar e problemas nutricionais não terão o aumento esperado, podendo até perder escore corporal.

Um outro fator a ser analisado é o custo das aplicações, que pode não compensar caso a propriedade tenha problemas com manejo e condições alimentares. Para decidir se continua ou não as aplicações, o produtor pode fazer a seguinte conta:

 Resultado = (aumento da produção (litros/vaca/dia) x Preço do leite)) x 14 dias – Preço da dose

 

Uso de BST e aumento de casos de mastite

Vários estudos já foram realizados e o BST não afetou a incidência de casos de mastite clínica no rebanho, indicando que a somatotropina não afeta a saúde e a imunidade dos animais. Já a respeito da mastite subclínica, alguns estudos mostraram que pode haver o aumento de CCS do tanque, mas isso seria em decorrência do aumento da produção de leite das vacas com mastite subclínica, e não por causa do  BST em si.

 

Contraindicações

O BST não deve ser aplicado nas seguintes situações:

-Quando os animais estiverem em balanço energético negativo;

-Quando há falhas no manejo da propriedade;

-Quando a vaca não estiver saudável;

-Quando o incremento de produção não for suficiente para cobrir as despesas com as doses.

 

Vale ressaltar que o BST não causa nenhum dano à saúde humana quando se consome o leite de vacas que receberam as aplicações. Como se trata de um hormônio proteico, o mesmo é digerido junto com as proteínas da dieta, além de não ser ativo dentro do nosso organismo.

O BST é uma tecnologia que auxilia o produtor através do aumento da produção de leite, porém ele não corrige falhas no manejo e seu uso deve ser sempre monitorado e avaliado por um profissional.

Bibliografia consultada:

Marcondes, M.I; Rotta,P.P; Pereira,B.M. Nutrição e manejo de vacas leiteiras

-O que esperar da utilização de somatotropina bovina (BST)? – Grupo Apoiar. Disponível em https://www.grupoapoiar.com/o-que-esperar-da-utilizacao-da-somatotropina-bovina-bst/

-Efeitos e possibilidades para o uso de BST. Senar Santa Catarina. Disponível em http://www2.senar.com.br/Noticias/Detalhe/10976

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Autora:

Eduarda - Autora do conteúdo Controle estratégico de carrapatos

Eduarda Pereira Viana

Zootecnista pela Universidade Federal de Viçosa com grande experiência em qualidade do leite, tendo atuado por mais de 9 anos junto aos produtores de variadas regiões do país.

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