O controle de plantas daninhas ajuda na produtividade da pastagem e evita que a área sofra degradação, melhorando a rentabilidade da pecuária

O Brasil possui uma grande área de pastagens distribuídas em todas as regiões do país, sendo aproximadamente 158 milhões de hectares segundo o censo do IBGE em 2018, e cerca de 60% desta área apresenta algum tipo de degradação, como infestação de plantas daninhas, super pastejo, ataque de pragas e doenças etc. O controle de plantas daninhas em pastagens é de extrema importância, pois elas competem com as forrageiras por nutrientes, reduzindo a produtividade e contribuindo para acelerar o processo de degradação da área. Além disso, quando ocorre intenso pastoreio sobre as forrageiras enfraquecidas, as plantas daninhas se estabelecem e proliferam com mais facilidade.

Características das plantas daninhas

Uma planta é considerada daninha ou invasora quando se estabelece em uma área onde sua permanência não é desejável, como nas pastagens e lavouras, já que elas absorvem os nutrientes do solo que seriam destinados à cultura ou forrageira implantada nesta área.

As principais características das plantas daninhas são:

  • Algumas espécies apresentam mais de um tipo de reprodução;
  • Crescem e produzem sementes que são resistentes às diversas condições climáticas;
  • Tem crescimento inicial rápido;
  • Produzem grande número de sementes por planta;
  • Possuem sistema radicular abundante;
  • Possuem grande competitividade por água, luz e nutrientes.

Como controlar o crescimento das plantas daninhas nas pastagens?

O termo controle engloba medidas que visam reduzir a competição das plantas daninhas, para evitar prejuízos econômicos e de produtividade. Um outro ponto importante de se fazer o controle está relacionado com a possibilidade de intoxicação dos animais, visto que algumas plantas daninhas podem ser tóxicas se forem consumidas, podendo causar a morte dos animais.

Os tipos de controle são: cultural, físico, mecânico e químico.

Controle cultural:

São práticas que visam evitar o aparecimento de plantas daninhas, como:

  • Ajustar a carga animal de acordo com a área da pastagem;
  • Formar pastagens utilizando espécies adaptadas à região;
  • Utilizar sementes com alto valor cultural (VC);
  • Dividir as pastagens para melhor aproveitamento;
  • Deixar o gado em quarentena quando for proveniente de local com alta infestação de plantas daninhas/invasoras.

Controle físico:

As práticas mais comuns são:

  • Roçada com foice;
  • Capina manual;
  • Queima (uso do fogo) – prática tradicional, porém deve ser evitada ao máximo, pois traz prejuízos como: queima da matéria orgânica do solo; menor acúmulo de nutrientes no solo; menor fertilidade do solo; degradação da pastagem; aumento de erosão; risco para a fauna e seres humanos.

Controle mecânico:

É importante que seja feito no período das águas, onde a pastagem terá maiores condições de se recuperar e impedir o desenvolvimento das plantas daninhas através do sombreamento.

  • Aração e/ou gradagem;
  • Correntão e link – para pastagens com muitos arbustos e árvores de pequeno porte;
  • Roçadeiras;
  • Rolo-faca.

Controle químico

É um dos métodos mais utilizados e mais eficazes também, feito com o uso de herbicidas. Quando aplicados da maneira correta promovem menores taxas de rebrotes e podem eliminar definitivamente as plantas daninhas/invasoras

Ele pode ser usado na formação da pastagem ou para fazer a limpeza e manutenção, controlando a população de plantas daninhas.  É muito importante analisar primeiro se a pastagem terá condições de crescer e ocupar o lugar das plantas daninhas que serão controladas, caso contrário, se o estado de degradação da pastagem estiver elevado, a reforma do pasto pode ser mais vantajosa.

Classificação dos herbicidas

Os herbicidas são classificados de acordo com o seu modo de ação, podendo ser herbicida de contato ou sistêmico. Os herbicidas de contato matam somente as partes da planta que tiveram contato com o produto, enquanto os sistêmicos atingem a seiva e eliminam a planta por inteiro. Este último é indicado para plantas que apresentam capacidade de rebrota, que são perenes. Também são divididos em seletivos e não seletivos, e para o controle de plantas daninhas em pastagens os mais utilizados são os herbicidas sistêmicos seletivos.

Dependendo das espécies de plantas daninhas existentes na área de pastagem, pode ser necessário o emprego de dois ou mais métodos, como o químico e o mecânico.

-Documento 185 Embrapa – Controle de plantas daninhas em pastagens. Disponível em https://www.embrapa.br/busca-de-publicacoes/-/publicacao/920044/controle-de-plantas-daninhas-em-pastagens

– NETO, João Gonsalves. Manual do Produtor de Leite. 1ed. Viçosa. Aprenda Facil,2016

Ficou curioso e quer aprender mais sobre pecuária?
Leia mais em: https://esteiogestao.com.br/blog/

Use um sistema que te permite acessar as informações a qualquer momento e em qualquer lugar.

Você é produtor e quer gerenciar o seu negócio de forma prática e rápida? Conheça as nossas soluções agropecuárias em: https://esteiogestao.com.br/produtos-servicos

Autora:

Eduarda - Autora do conteúdo Controle estratégico de carrapatos

Eduarda Pereira Viana

Zootecnista pela Universidade Federal de Viçosa com grande experiência em qualidade do leite, tendo atuado por mais de 9 anos junto aos produtores de variadas regiões do país.

Nos acompanhe nas redes sociais e fique por dentro de todas as novidades.

Deixe um Comentário