Saiba mais sobre os aditivos, ingredientes utilizados na alimentação dos ruminantes para aumentar a qualidade da dieta ou melhorar o desempenho animal

Os aditivos têm sido muito estudados e utilizados na alimentação dos ruminantes, pois a maioria promove uma melhora no ambiente ruminal, favorecendo a fermentação e contribuindo para melhorar o desempenho animal. Segundo o MAPA, considera-se um aditivo a “substância, micro-organismo ou produto formulado, adicionado intencionalmente aos produtos, que não é utilizada normalmente como ingrediente, tenha ou não valor nutritivo e que melhore as características dos produtos destinados à alimentação animal ou dos produtos animais, melhore o desempenho dos animais sadios ou atenda às necessidades nutricionais.”

Hoje existem muitos aditivos comercializados no Brasil, com diferentes mecanismos de ação. Eles são classificados como aditivos tecnológicos, sensoriais, nutricionais, zootécnicos, anticoccidianos e agonistas.

Os aditivos tecnológicos e sensoriais, como antifúngicos, adsorventes, conservantes, aglutinantes, estabilizantes, corantes e aromatizantes são utilizados pelo setor industrial, enquanto os demais aditivos são empregados em toda cadeia da nutrição animal.

Vacas

Tipos de aditivos

Além dos aditivos tecnológicos e sensoriais, também existem os nutricionais e zootécnicos:

1 – Aditivos nutricionais

São todas as substâncias utilizadas para manter ou melhorar as propriedades nutricionais do produto, como vitaminas (niacina, biotina, colina protegida, calcidiol); minerais (selênio orgânico, cromo orgânico); aminoácidos (metionina, lisina, histidina) e ácidos graxos de cadeia longa (saturados, insaturados, palmítico, DHA, EPA).

2 – Aditivos zootécnicos

São substâncias utilizadas para auxiliar na melhoria do desempenho animal, como ionóforos, leveduras, probióticos, enzimas, tamponantes para o rúmen, ácidos orgânicos e extrato de própolis.

Os ionóforos são antimicrobianos que inibem ou deprimem o crescimento de bactérias dentro do rúmen, causando alterações na fermentação ruminal e melhora no desempenho. Eles atuam inibindo principalmente as bactérias gram-positivas, aumentando a eficiência energética, reduzindo a produção de ácido lático e aumentando a produção de propionato no rúmen. Em alguns países, como os da União Europeia, seu uso é proibido e há muita discussão sobre o risco de resíduos na carne e no leite.

Os ionóforos mais utilizados são a monensina, lasalocida e salinomicina, sendo a monensina muito utilizada na alimentação de vacas leiteiras.

Outros antimicrobianos que atuam melhorando o desempenho dos bovinos são a virginiamicina, bacitracina de zinco, flavomicina e espiramicina, sendo a virginiamicina muito utilizada na pecuária de corte.

As leveduras, fungos encontrados naturalmente dentro do rúmen, também são muito utilizadas nas dietas de vacas leiteiras e atuam otimizando o ambiente ruminal, aumentando a digestibilidade da fibra e melhorando a conversão alimentar. Elas têm sido muito estudadas, pois é uma opção ao uso dos antimicrobianos.

Também são considerados aditivos zootécnicos os probióticos, microrganismos vivos que se estabelecem no trato gastrointestinal e mantém a microbiota benéfica, evitando a proliferação de microrganismos patogênicos.

As enzimas também são aditivos zootécnicos, especialmente as enzimas fibrolíticas. Elas potencializam a degradação da fibra, melhorando a sua digestibilidade. As mais utilizadas são as celulases, hemicelulases, xilanases e pectinases.

Os tamponantes, como o bicarbonato de cálcio, também atuam na melhoria do ambiente ruminal, neutralizando os ácidos produzidos durante a fermentação, especialmente se a dieta tiver grandes quantidades de amido e forragens bem moídas. Seu uso é muito comum em dietas de vacas de alta produção, que consomem grandes quantidades de concentrado e têm maiores riscos de desenvolverem acidose ruminal e outros problemas metabólicos.

Os ácidos orgânicos são constituintes naturais dos alimentos e sua utilização é segura por não produzir resíduos na carne e no leite dos animais. Os ácidos málico e fumárico são os principais utilizados na dieta de vacas leiteiras.

O extrato de própolis, muito utilizado por humanos por ser antimicrobiano, cicatrizante e anti-inflamatório, vem sendo estudado para ser utilizado na alimentação bovina. Apesar de poucos estudos, observou que seu uso reduziu a produção de metano e selecionou bactérias benéficas no rúmen.

 

Apesar dos vários benefícios dos aditivos, é válido lembrar que eles não corrigem problemas nutricionais e nem dietas mal formuladas. Os aditivos funcionam como um ajuste fino da nutrição, e é necessário que o manejo alimentar esteja adequado para que os resultados com o uso dos aditivos sejam satisfatórios.

Bibliografia consultada:

-Revista Leite Integral. Aditivos: o que há de novo? Disponível em https://www.revistaleiteintegral.com.br/noticia/aditivos-o-que-ha-de-novo

-Nutritime. Utilização de aditivos nas dietas de bovinos de corte no Brasil: revisão de literatura. Disponível em https://www.nutritime.com.br/site/wp-content/uploads/2020/02/Artigo-469.pdf

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Autor:

Eduarda - Autora do conteúdo Controle estratégico de carrapatos

Eduarda Viana

Zootecnista, criadora do perfil @dicasdazootecnista no Instagram.

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